Morre Papa Francisco

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos dentro de seu apartamento, a residência de Santa Marta. O imóvel fica na Cidade do Vaticano e era onde o pontífice morava desde 2013, quando foi eleito para ser o novo Papa Católico.

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, disse o Vaticano em pronunciamento oficial.

“Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.

Papa Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não na tradicional Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso ocorreu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII.

Primeira Hospitalização

A primeira hospitalização foi no início de fevereiro deste ano. Nos dias seguintes, o papa Francisco começou a ter dificuldades para falar durante audiências religiosas. Ele admitiu que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão em seu lugar.

No dia 14 de fevereiro, ele foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer alguns exames e tratar a bronquite. Mesmo internado, o papa continuou participando de algumas atividades religiosas. Dois dias depois, ele pediu desculpas por não ter comparecido à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro.

Já no dia 17 de fevereiro, o Estado do Vaticano informou que o papa estava com uma infecção polimicrobiana, causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como “complexo”.

No dia seguinte (18), em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção era mais grave do que uma pneumonia comum.

 

Desafios Do Seu Papado

Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira do papa Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso, filho de imigrantes italianos, acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.

A Igreja Católica vivia em um momento difícil, com perdas de fiéis, um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o papa Francisco enfrentou durante seu papado.

Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos, a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.

Mas também foi muito criticado por avançar menos do que o esperado nas questões feministas. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.

O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.

Imenso Combate À Pobreza

O pontífice católico também ficou marcado por discursos políticos durante seus sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra. Ele também apontou os erros da União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015.

Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça de São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena.

Mas o combate à pobreza sempre foi sua principal prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres.

Um Grande Reformador

Aos 80 anos, com dores no quadril que, por vezes, o faziam perder o equilíbrio, ele não falava de renúncia, como seu predecessor Bento XVI teve a audácia de fazer.

“Estou indo em frente”, disse ele na ocasião, contrariando declarações mais melancólicas feitas antes disso, em março de 2015: “Tenho a sensação de que meu pontificado será breve, quatro ou cinco anos”.

Francisco parecia impulsionado por uma missão urgente: incentivar uma Igreja desertada em alguns países a acompanhar com misericórdia os católicos em situações irregulares.

Ele foi o primeiro papa a convidar um transexual ao Vaticano e se recusou a julgar os homossexuais. Para papa Francisco, a Igreja era um “hospital de campanha, não um posto alfandegário”, que separa os bons e maus cristãos.

Próximos Passos Após A Morte Do Papa Francisco

Com o falecimento do papa, agora a Igreja passa a ter um governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas atuais funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais.

Durante a Sé vacante, que é o período em que os católicos ficam sem um papa, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição do atual governo. Ele também ajuda a organizar o Conclave, que elegerá um novo papa. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell.

Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice”, que é um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do papa falecido. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano.

O corpo do papa é colocado em um caixão de madeira revestido de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado.

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